Investigação

Esta secção destina-se a divulgar a investigação que está a ser desenvolvida por docentes do ICBAS na área de Ciências do Meio Aquático

Adriano Bordalo e Sá

Ecologia, planctologia e hidrobiologia

O Laboratório de Hidrobiologia do ICBAS foi criado em 1993 e desenvolve a sua actividade em quatro grandes áreas...Ver mais

Alexandre Lobo da Cunha

Estudo do aparelho digestivo de moluscos

O filo dos moluscos é o segundo maior filo de animais, sendo apenas ultrapassado em número de espécies pelo filo dos artrópodes...Ver mais

Ana Magalhães

Etologia

A Etologia pode ser definida como a ciência que estuda o comportamento animal, preferencialmente no seu meio natural...Ver mais

António Afonso

Imunologia e vacinação e peixes e desenvolvimento da piscicultura

Os peixes são os seres aquáticos com maior impacto no fornecimento de proteína animal para consumo humano...Ver mais

Eduardo Rocha

Histofisiologia e toxicologia do fígado e de gónadas de peixes

A estrutura e as funções do fígado e das gónadas dos peixes, e de outros vertebrados, são sujeitas à modelação por hormonas esteróides sexuais, como seja o estradiol...Ver mais

Jorge Machado

Mecanismos de calcifiação da concha em bivaldes de água doce: O modelo Anodonta cygnea

Anodonta cygnea é uma das espécies de bivalves de água doce que se encontra em Portugal, nas lagoas de Mira e Pateira de Fermentelos, podendo atingir cerca de 18-20 cm de comprimento...Ver mais

José Fernando Gonçalves

Engenharia e maneio em Aquacultura

O destaque da disciplina é colocado no manuseamento e realização de técnicas básicas em organismos aquáticos vivos, nomeadamente: vacinação manual e automática...Ver mais

Lúcia Guilhermino

Ecotoxicologia e ecologia

Está a ser investigado o efeito de poluentes e outros stressores ambientais (e.g. temperatura) no funcionamento de ecossistemas aquáticos, com particular ênfase em ecossistemas marinhos...Ver mais

Luísa M.P. Valente

Práticas de produção sustentáveis em aquacultura

O sector aquícola enfrenta novos desafios para ser competitivo, rentável e sustentável...Ver mais

Maria João Rocha

Fisiologia, Toxicologia e Contaminação Ambientais

Somos confrontados constantemente com notícias dramáticas sobre o aumento da poluição, do número de espécies em extinção e do crescente aquecimento global...Ver mais

Mike Weber

Ecologia aquática na estação litoral da Aguda

O Laboratório da Ecologia Aquática do ICBAS está incorporado na Estação Litoral da Aguda ELA, localizada na Praia da Aguda...Ver mais

Paulo Vaz-Pires

Qualidade, segurança, bem-estar e gestão de resíduos do pescado

O pescado é um grupo de alimentos cada vez com maior relevância na alimentação humana, sendo considerado imprescindível em qualquer dieta equilibrada atual...Ver mais

Renata Freitas

Biologia Evolutiva e do Desenvolvimento (Evo-Devo)

Pensa-se que a abundante diversidade de formas de vida no nosso planeta possa ter resultado de alterações no desenvolvimento embrionário...Ver mais

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Maria João Rocha

Fisiologia, Toxicologia e Contaminação Ambientais

Somos confrontados constantemente com notícias dramáticas sobre o aumento da poluição, do número de espécies em extinção e do crescente aquecimento global. Estes tópicos tão importantes para a humanidade e o planeta, são discutidos nas unidades curriculares (UCs) de que sou responsável na da Licenciatura em Ciências do Meio Aquático (LCMA): “Fisiologia de Animais Aquáticos” (2º ano) e “Toxicologia Ambiental” (3º ano).

Nestas UCs, é encorajado que os estudantes sintam, através de ganhos de conhecimento, a capacidade de melhorar a saúde do nosso ambiente. Trabalham-se as ferramentas para que os licenciados em LCMA, como profissionais, possam intervir de forma conhecedora e capaz no desafio do desenvolvimento a par da preservação dos ecossistemas.

Sabendo-se que a maioria dos poluentes encontrados no ambiente perturbam tanto a anatomia como a fisiologia dos organismos aquáticos, muitos têm sido os estudantes que no final da sua licenciatura, e na UC designada de “Projeto” (3º ano), têm desenvolvido trabalhos de investigação em Fisiologia daquelas espécies e da Toxicologia Aquática.

Tais projetos envolvem estudos ao microscópio, bioensaios (por exemplo, com ovos e embriões de peixes ou com invertebrados de água-doce ou marinhos), análises ao sangue, e determinação de quantidades de poluentes em águas e sedimentos de mar, rios e estuários. Os trabalhos podem envolver trabalho laboratorial ou também estudos de campo.

Os resultados têm sido divulgados em congressos e publicados em revistas internacionais.

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Eduardo Rocha

Histofisiologia e toxicologia do fígado e de gónadas de peixes
– Efeitos do estradiol e de poluentes aquáticos

A estrutura e as funções do fígado e das gónadas dos peixes, e de outros vertebrados, são sujeitas à modelação por hormonas esteróides sexuais, como seja o estradiol, havendo ainda compostos exógenos (incluindo muitos poluentes aquáticos) que podem interferir naquela regulação, potenciando-a ou contrariando-a. Associado a este tipo de fenómeno, dito de desregulação endócrina, há vários químicos industriais, incluindo produtos farmacêuticos, que poluem o meio aquático e que entrando em contacto com os organismos causam efeitos tóxicos, desde alterações moleculares e fisiológicas finas a lesões microscópicas e mesmo macroscópicas, mais ou menos gravosas.

Nesta linha de investigação estamos a avaliar efeitos selectivos tóxicos e/ou de regulação fisiológica derivados da acção de compostos estrogénicos e de produtos farmacêuticos encontrados nas nossas águas. Estudamos hoje efeitos sobre (A) aspectos da estrutura e metabolismo hepáticos – com ênfase nos peroxissomas dos hepatócitos e em funções vitais e maquinaria molecular associados àqueles organelos – e (B) a cinética de maturação de gâmetas masculinos e femininos. Usamos modelos experimentais in vivo, como sejam a truta ou o peixe-zebra e/ou recorremos a sistemas in vitro. Adicionalmente, investigamos para melhor caracterizar a génese e evolução de lesões tidas como toxicopáticas (ie, causadas por tóxicos, por exemplo compostos carcinogénicos), tanto em experimentação em laboratório como estudando animais capturados em ecossistemas aquáticos contaminados.

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Adriano Bordalo e Sá

Ecologia, planctologia e hidrobiologia

O Laboratório de Hidrobiologia do ICBAS foi criado em 1993 e desenvolve a sua actividade em quatro grandes áreas: (i) ensino de Ecologia ao nível de licenciatura e mestrado, incluindo em cursos europeus; (ii) investigação multidisciplinar, desde a ecologia estuarina até à cólera em África, passando por biorremediação de zonas contaminadas por hidrocarbonetos, biogeoquímica associada aos ciclos do azoto e enxofre, estados larvares e juvenis de peixes, modelização de sistemas estuarinos e carência de iodo em seres humanos; (iii) consultadoria para entidades do Estados e empresas privadas no sentido de resolver de forma ecologicamente sustentável problemas ambientais; (iv) difusão da ciência através da comunicação social portuguesa e estrangeira, assim como em eventos da Ciência Viva e Universidade Júnior da UP.

A investigação, desenvolvida por uma equipa de 15 elementos, onde se incluem alunos de licenciatura, mestrado, doutoramento e pós doutorados, com uma média etária de 34 anos, centra-se em ambientes temperados (Portugal, Espanha), tropicais (Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Tailândia) e frios (Antárctida), resultante dos inúmeros contactos estabelecidos com universidades e instituições de investigação de cinco continentes (Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Suécia, Tailândia, Nova Zelândia, Estados Unidos, Brasil e Guiné-Bissau).

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José Fernando Gonçalves

Engenharia e maneio em Aquacultura

O destaque da disciplina é colocado no manuseamento e realização de técnicas básicas em organismos aquáticos vivos, nomeadamente: vacinação manual e automática, marcação (CWT, VIE, PIT), colocação de implantes, imagiologia, suturas cirúrgicas, colheita e criopreservação de sémen, operações de fecundação artificial, sedação, anestesia e analgesia, captura e transporte. Deslocações a indústrias e organizações estatais de aquacultura complementam a formação prática dos estudantes nesta atividade estratégica.

Aula prática de desova artificial de salmonídeos no Posto Aquícola do Torno - Marão

Aula prática sobre cultivo de ostras

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Jorge Machado

Mecanismos de calcifiação da concha em bivalves de água doce:
O modelo Anodonta cygnea

Anodonta cygnea é uma das espécies de bivalves de água doce que se encontra em Portugal, nas lagoas de Mira e Pateira de Fermentelos, podendo atingir cerca de 18-20 cm de comprimento. Esta espécie tem vindo a ser utilizada pela nossa equipa como modelo preferencial para o estudo da calcificação da concha. Contudo, os bivalves de água doce estão entre os grupos faunísticos mais ameaçados em todo o mundo, principalmente, devido à poluição por metais pesados e compostos orgânicos. Estes poluentes afectam os processos fisiológicos dos bivalves e especificamente os mecanismos de calcificação, no que se refere a absorção de cálcio e sua deposição na concha. Por isso, são pertinentes os estudos ecofisiológicos e a cultura destas espécies em condições naturais ou artificiais desde o estado larvar. A sua cultura apresenta uma dificuldade adicional dado que as larvas (gloquídios) sofrem metamorfoses alojando-se nas brânquias ou pele do peixe-hospedeiro, extraindo dele os nutrientes que necessitam para o seu desenvolvimento. Espécies de bivalves dos rios tailandeses foram também por nós estudadas em colaboração com investigadores desse país, com objectivo de desenvolver-se métodos de cultivo "in vitro". Os trabalhos resultaram num elevado sucesso nestas espécies autóctones permitindo já um plano para repovoamento intensivo em alguns rios da Tailândia.

Relativamente à calcificação da concha em bivalves de água doce, a investigação conduziu a novas hipóteses. Segundo uma hipótese anterior, ocorreria no manto um transporte activo de cálcio da hemolinfa, circulante no manto, para o compartimento extrapaleal em contacto com a concha. Este é um processo complexo que envolve o transporte de iões através do epitélio exterior do manto, que reveste o interior da concha. Contudo, os nossos estudos realizados, desde há cerca de 20 anos, revelaram outra explicação totalmente diferente sobre este mecanismo de calcificação. A regulação da composição do fluído extrapaleal, no compartimento da concha, é devida principalmente à actividade do epitélio exterior do manto, implicando um equilíbrio entre a hemolinfa e a concha. Neste equilíbrio está principalmente envolvido os transportes de bicarbonato e de cálcio que se depositarão sob a forma de cristal aragonitico de carbonato de cálcio numa matriz orgânica. Os componentes orgânicos terão de ser previamente excretados ou transportados do manto para o fluído extrapaleal, depositando-se de seguida na face interna da concha...

Para este estudo, o nosso grupo desenvolveu as condições experimentais que permitiram avaliar de forma mais adequada os movimentos iónicos através do epitélio exterior. Esta investigação conduziu a novos resultados que implicaram uma profunda alteração nos conceitos referentes à calcificação da concha. Foi assim proposto o primeiro modelo que explica os principais movimentos iónicos realizados no manto para a formação da concha em Anodonta cygnea. Resumindo, em vez de um transporte activo de cálcio, é considerado um transporte activo e electrogénico de protões em direcção à concha e um movimento passivo do ião bicarbonato para a hemolinfa contra cloro para o citoplasma, através de um trocador por gradiente. Este mecanismo é suportado pela actividade da anidrase carbónica intracelular promovendo a hidratação do CO2 até à produção de bicarbonato e H+. O modelo agora proposto integra vários outros parâmetros suportando assim, uma nova teoria sobre a calcificação da concha de bivalves de água doce, mais elaborada do que a teoria anterior.

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Lúcia Guilhermino

Ecotoxicologia e ecologia

Está a ser investigado o efeito de poluentes e outros stressores ambientais (e.g. temperatura) no funcionamento de ecossistemas aquáticos, com particular ênfase em ecossistemas marinhos. O grupo de investigação é actualmente constituído por 35 investigadores, dos quais 12 são doutorados e os restantes incluem estudantes de doutoramento, mestrado e licenciatura. Dos projectos de investigação actualmente em curso, destacam-se:

PROJECTO RAMOCS: um projecto europeu para desemvolvimento e implementação de metodologias para avaliação de risco ecológico de derrames de óleos e outros agentes químicos em ecossistemas marinhos e estuarinos do Atlântico, mares do Norte e mediterrâneo.

PROJECTO NISTRACKS: projecto que investiga os impactos do bivalve invasor não nativo, Corbicula fluminea, no funcionamento de ecossistemas aquáticos, incluindo os factores que influenciam o seu comportamento invasor tendo em vista a mitigação de impactos negativos desta espécie; os factores que afectam a sua competição com espécies negativas, tendo em vista a conservação das espécies nativas de elevado valor de conservação; a forma como a poluição pode modular os impactos desta espécie; e a influência de eventos extremos (e.g. secas e cheias) no impacto que esta espécie causa em ecossistemas invadidos.

PROJECTO SIGNAL: investiga o efeito de agentes químicos que ocorrem como poluentes e variações abióticas resultantes das alterações climáticas globais nas interacções zooplâncton-peixes em ecossistemas marinhos.

O grupo tem ainda vários outros projectos em curso, todos eles com oportunidades de trabalhos de investigação para estudantes. O grupo tem uma elevada taxa de publicações (12-19 artigos científicos publicados por ano) e um elevado grau de internacionalização, com relações de cooperação envolvendo investigação conjunta, troca de investigadores e estudantes, entre outras actividades em diversos países da Europa, América do Norte, América Latina, Ásia e África. São utilizadas metodologias da Ecotoxicologia (e.g. ensaios de ecotoxicidade), toxicologia (e.g. estudo de mecanismos de acção de agentes químicos), ecologia (e.g. estrutura e dinâmica de populações), genética populacional (e.g. evolução devida à poluição), genética molecular (e.g. respostas de expressão génica induzidas pela poluição), entre outras.

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António Afonso

Imunologia e vacinação em peixes e desenvolvimento da piscicultura

Os peixes são os seres aquáticos com maior impacto no fornecimento de proteína animal para consumo humano. Dado o estado de esgotamento de muitos dos stocks da pesca, a aquacultura será no futuro a única forma de incrementar a produção de peixe para a alimentação. Por isso, além de dar formação em Ictiologia e Biologia Pesqueira, na sua actividade de investigação em Aquacultura Marinha, tem estado envolvido em estudos que visam o desenvolvimento de novas técnicas de produção e de exploração da piscicultura de forma integrada e sustentável.

Um dos aspectos que mais condiciona a viabilidade da aquacultura é a sobrevivência dos animais cultivados, sendo a infecção por microrganismos patogénicos uma das áreas onde é mais necessária a investigação aplicada. Assim, tem também participado em inúmeros projectos de investigação ligados a empresas para o desenvolvimento de métodos que levem ao incremento da sobrevivência em larvas e juvenis de novas espécies de peixes para aquacultura marinha, incluindo métodos de imunostimulação e de vacinação.

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Paulo Vaz-Pires

Qualidade, segurança, bem-estar e gestão de resíduos do pescado

O pescado é um grupo de alimentos cada vez com maior relevância na alimentação humana, sendo considerado imprescindível em qualquer dieta equilibrada atual.
Existem duas grandes fontes de pescado, a pesca (pescado selvagem) e a aquacultura (pescado de cultura), ambas dando origem a pescado com excelente qualidade. No entanto, a maior parte dos consumidores toma as suas decisões de compra e consumo de pescado com base em pressupostos muitas vezes falsos, que têm origem na falta de informações corretas e em interesses comerciais que nem sempre o ajudam a tornar-se um consumidor mais informado.

Sardinhas da pesca e ostras de aquacultura, duas espécies relevantes que têm sido estudadas no laboratório de Tecnologia do Pescado do ICBAS.

Dada a crescente recomendação de consumo e procura de pescado, no laboratório de Tecnologia do Pescado do ICBAS o trabalho foca-se na qualidade, segurança, bem-estar e resíduos do pescado, contribuindo para a sustentabilidade destes importantes recursos.
Daqui resulta a publicação de artigos em revistas científicas internacionais, focando estudos em espécies de interesse comercial, tanto da pesca como de aquacultura.

O contacto direto com a indústria, através de visitas, de estágios e de trabalho científico e de desenvolvimento tecnológico em conjunto, proporcionam uma colaboração real e útil com as fábricas de produtos da pesca e de aquacultura. À direita, hambúrgueres de truta salmonada, um produto inovador.

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Alexandre Lobo da Cunha

Estudo do aparelho digestivo de moluscos

O filo dos moluscos é o segundo maior filo de animais, sendo apenas ultrapassado em número de espécies pelo filo dos artrópodes. Além de numerosos, os moluscos são também muito diversificados, encontrando-se em meio marinho, águas doces e em terra. Em dimensões, variam desde poucos milímetros até às lulas gigantes com mais de 10 metros. Devido à sua enorme diversidade, e apesar dos muitos estudos já realizados, há ainda muitos aspetos por investigar no aparelho digestivo e em outros órgãos destes magníficos animais.

Corte histológico do papo de Philinopsis depicta

Estruturas tubulares em células da glândula digestiva de Aplysia depilans, vistas em microscopia eletrónica

Os estudos sobre moluscos efetuados no Laboratório de Biologia Celular do ICBAS tem incidido nos gastrópodes (lapas, búzios, caracóis e lesmas) e nos poliplacóforos (quítones). Para o efeito, têm sido aplicadas diversas técnicas de microscopia ótica e de microscopia eletrónica, para caracterização morfológica e funcional de tecidos e células das glândulas salivares, tubo digestivo e glândula digestiva. Estão também em curso estudos bioquímicos sobre enzimas da glândula digestiva envolvidas o metabolismo dos poliálcoois.

Corte histológico transversal do esófago de Aplysia depilans

Célula da glândula digestiva de Bulla striata vista em microscopia eletrónica

Os resultados obtidos permitiram publicar um número significativo de artigos em revistas internacionais, indicando-se alguns dos mais representativos desta linha de investigação:
Lobo-da-Cunha A., 2001. Ultrastructural and histochemical study of the salivary glands of Aplysia depilans (Mollusca, Opisthobranchia). Acta Zoologica 82: 201–212.
Lobo-da-Cunha A. and Batista-Pinto C., 2003. Stomach cells of Aplysia depilans (Mollusca, Opisthobranchia): A histochemical, ultrastructural, and cytochemical study. Journal of Morphology 256: 360–370.
Lobo-da-Cunha A., Ferreira I., Coelho R. and Calado G., 2009. Light and electron microscopy study of the salivary glands of the carnivorous opisthobranch Philinopsis depicta (Mollusca, Gastropoda). Tissue & Cell 41: 367–375.
Lobo-da-Cunha A., Santos T., Oliveira E., Alves A., Coelho R. and Calado, G., 2011. Microscopical study of the crop and oesophagus of the carnivorous opisthobranch Philinopsis depicta (Cephalaspidea, Aglajidae). Journal of Molluscan Studies 77: 322–331.
Lobo-da-Cunha A., Alves A., Oliveira E. and Calado C., 2016. Comparative study of salivary gland cells in carnivorous and herbivorous cephalaspideans (Gastropoda, Euopisthobranchia). Journal of Molluscan Studies 82: 43–54.
Lobo-da-Cunha A., Amaral-de-Carvalho D., Oliveira E., Alves A., Costa V. and Calado G. 2018. Mannitol oxidase and polyol dehydrogenases in the digestive gland of gastropods: Correlations with phylogeny and diet. PlosOne 13(3): e0193078.
Lobo-da-Cunha A., Alves A., Oliveira E., Guimarães F. and Calado G. 2018. Endocytosis, lysosomes, calcium storage and other features of digestive gland cells in cephalaspidean gastropods (Euopisthobranchia). Journal of Molluscan Studies 84: 451–462

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Ana Magalhães

Etologia

Investigadora Auxiliar
Addiction Biology Group
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S)

A Etologia pode ser definida como a ciência que estuda o comportamento animal, preferencialmente no seu meio natural. Procura compreender as funções, as causas, a ontogenia e a evolução do comportamento, tendo por isso uma forte relação com várias disciplinas como as neurociências, a biologia evolutiva, a ecologia e a genética.

Para além do conhecimento do comportamento das espécies, a investigação etológica tem implicações importantes em todas as atividades onde há interação com animais. Entender o comportamento é essencial para o melhoramento do bem-estar dos animais nomeadamente na produção animal, na interação com animais domésticos e de exibição, em zoos ou aquários, assim como para a pesca, a investigação com animais de laboratório e o treino de animais.

Neste contexto, o Departamento de Ciências do Comportamento do ICBAS tem desenvolvido diversos trabalhos de investigação cujos objetivos vão do refinamento das práticas de maneio de animais em cativeiro (e.g. em aquários, gatis e de laboratório) ao estudo da interação homem/cão.

Uma vez que o comportamento resulta da interação do animal com o seu ambiente físico e social, os métodos usados em Etologia permitem, entre outros aspetos, compreender de que forma diferentes ambientes afetam os animais. Deste modo a investigação etológica é um instrumento fundamental nos estudos em que o animal é um modelo como é o caso por exemplo do estudo sobre doenças neuro-degenerativas humanas.

Neste âmbito a investigação que desenvolvemos no i3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto), no Addiction Biology Grou,p tem como objetivo entender como diferentes experiências ambientais vividas em períodos precoces podem modelar o desenvolvimento do cérebro do rato adolescente e consequentemente o seu comportamento de forma a reduzir a vulnerabilidade a drogas de abuso.
Da investigação desenvolvida resultaram vários artigos publicados em revistas internacionais, teses de doutoramento, mestrado e licenciatura. São apresentados alguns dos trabalhos de investigação nesta área.

How do Common Otters (Lutra lutra, Linnaeus 1758) interact? Behavioral study on a pair of otters in captivity. (2015). Animal Behavior and Cognition, 2(2), 124-131 Azevedo, O.M., Correia, A.M., Magalhães, A., & de Sousa, L. Estudo realizado no Aquamuseu, V. N. Cerveira.

Labrador retrievers are more attracted to water than to social stimuli: A pilot study. (2015) Journal of Veterinary Behavior 10 (6):465-470 Tavares, S.B., Magalhães, A., de Sousa, L.

Trabalho de Projeto: Condicionamento alimentar na tartaruga verde (Chelonia mydas) em cativeiro, estudo realizado no Sealife, Porto.

Trabalho de Projeto: Estudo da atividade do pinguim Gentoo e Macaroni no zoo de Pittsburgh. Observações efetuadas através em streaming através das câmaras colocados no zoo de Pittsburgh, USA durante o confinamento devido à covid 19.

Tese de licenciatura: Estudo da influência de brinquedos no comportamento dos golfinhos em cativeiro, no Zoomarine.

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Renata Freitas

Biologia Evolutiva e do Desenvolvimento (Evo-Devo)

Pensa-se que a abundante diversidade de formas de vida no nosso planeta possa ter resultado de alterações no desenvolvimento embrionário, mais concretamente nos mecanismos moleculares que lhe são inerentes.

A biologia evolutiva do desenvolvimento estuda comparativamente esses mecanismos moleculares, tentando esclarecer qual terão sido os genes ou cascatas moleculares que levaram à formação de novas estruturas, funções e comportamentos durante o processo evolutivo.

Os estudos realizados no nosso laboratório, exploram os mecanismos moleculares envolvidos na evolução dos apêndices locomotores dos vertebrados. Isto envolve a identificação e caracterização de genes em distintos grupos de vertebrados (ex. genes HOX) e o estudo da sua função recorrendo a um animal modelo, o “peixe-zebra”. Estudamos também a evolução dos mecanismos moleculares que deram origem à função digestiva usando como animal modelo o tubarão “pata-roxa”. Adicionalmente, e tendo em conta que muitos genes do desenvolvimento, apresentam padrões de expressão alterados durante os processos tumorais, estamos também a dissecar a sua função neste contexto, estudando a função dos genes HOX no cancro de mama.

Esqueleto da barbatana do tubarão “pata-roxa” (Scyliorhinus canicula) (Alcian Blue).

Embrião de peixe-zebra transgénico (Danio rerio) com as barbatanas modificadas devido à sobre-expressão do gene hoxd13a (Hematoxilina-Eosina).

Os estudos sobre moluscos efetuados no Laboratório de Biologia Celular do ICBAS tem incidido nos gastrópodes (lapas, búzios, caracóis e lesmas) e nos poliplacóforos (quítones). Para o efeito, têm sido aplicadas diversas técnicas de microscopia ótica e de microscopia eletrónica, para caracterização morfológica e funcional de tecidos e células das glândulas salivares, tubo digestivo e glândula digestiva. Estão também em curso estudos bioquímicos sobre enzimas da glândula digestiva envolvidas o metabolismo dos poliálcoois.

Epitélio gástrico do tubarão “pata-roxa” (Imunohistoquímica).

Embrião de peixe-zebra com células cancerígenas humanas em circulação de forma a estudar mudanças na migração e evasão devido à sobre-expressar do gene HOXB7 (Xenógrafos).

Larva de peixe-zebra (Microscopia Eletrónica de Varrimento).

A seguir se indicam as publicações mais relevantes resultantes destas linhas de investigação:
2006 Freitas R., Zhang G.J. & Cohn M.J. Evidence that the mechanisms of fin development evolved in the midline of early vertebrates. Nature. Aug 31; 442(7106): 1033-1037.
2006 Freitas R. & Cohn M.J. Genomic regulation of Hox collinearity. Dev.Cell. 10(1):8-9.
2007 Freitas R., Zhang G.J. & Cohn M.J. Biphasic Hoxd gene expression in shark paired fins reveals an ancient origin of the distal limb domain. Plos One. Aug 15;2(1):e754.
2012 Freitas R., Gómez-Marin C., Wilson J.M., Casares F., Gómez-Skarmeta J.L. Hoxd13 contribution to the evolution of vertebrate appendages. Dev.Cell 23(6):1219-1229.
2014 Freitas, R.*, Gomez-Skarmeta J.L., Rodrigues P.N. New frontiers in the evolution of fin development. J. Exp. Zool. Part B Mol.Dev.Evo. 11/2014; 322(7).
2019 Gonçalves O., Freitas R.*, Ferreira F., Araújo M., Zhang G.J., Mazan S., Cohn M.J., Castro, L.F.C, Wilson J.M. Molecular ontogeny of the stomach in the catshark Scyliorhinus canicula. Scient.Rep. 9, 1-10. *Joined first author
2020 Bessa-Garcia S., Mafalda A., Pereira T., Mouta J., Freitas R.**, HOX genes function in Breast Cancer. Biochim. Biophys. Acta Rev Cancer (BBACAN). Published online Mar 5:188358. ** Corresponding author.

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Mike Weber

Ecologia aquática na estação litoral da Aguda

Prof. Auxiliar do Departamento de Produção Aquática, Laboratório de Ecologia Aquática
mweber@icbas.up.pt; www.fundacao-ela.pt

O Laboratório da Ecologia Aquática do ICBAS está incorporado na Estação Litoral da Aguda ELA, localizada na Praia da Aguda, uma pequena aldeia piscatória na costa atlântica do Norte de Portugal, 10 km a sul do estuário do Rio Douro, no concelho de Vila Nova de Gaia.

O seu edifício envolve um Museu das Pescas que exibe equipamento antigo da pesca artesanal; um Aquário que mostra a fauna e a flora aquáticas locais, sobretudo marinhas; e um Departamento de Educação e Investigação.
A ELA pertence à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e é gerida pela empresa Águas de Gaia EM, SA.

Sala de cultura de lavagante na Estação Litoral da Aguda, larva, juvenil e libertação dos animais para repovoamento.

Os seus objetivos são: Sensibilizar o público em relação aos problemas do litoral, possibilitar às escolas um contacto directo com o mar, proporcionar educação ambiental para todos os níveis de ensino e classes etárias, participar no ensino universitário, fornecer condições de trabalho para estudantes e investigadores, promover a investigação biológica e ecológica do litoral, e apoiar a pesca local com projetos de investigação.

Aquário de água salgada na Estação Litoral da Aguda

Entre os vários programas destacam-se a conservação de áreas vulneráveis na costa, nomeadamente os “recifes” da barroeira (construídos pelo verme anelado Sabellaria alveolata), e a reintrodução de lavagantes juvenis (Homarus gammarus) e tartarugas-marinhas (Caretta caretta).

Publicações mais relevantes:
WEBER, M. e SANTOS, A. (2014) Achados da Praia – “Beachcombing”. Ed. Afrontamento, Porto: 184 pp. ISBN 978-972-36-1366-7
WEBER, M. e HORTA SOARES, J. (2015) Organismos marinhos perigosos e venenosos na costa portuguesa continental. 2ª Edição. Ed. Afrontamento e Águas de Gaia, Vila Nova de Gaia, Porto: 96 pp. ISBN 978-972-36-1374-2
WEBER, M. e SANTOS, A. (2015) Pesca a pé – no mar, estuário e ria. Ed. Afrontamento, Porto: 207 pp. ISBN 978-972-36-1447-3
WEBER, M., JESUS, P. e SANTOS, A. (2016) Cem anos na praia da Aguda 1888-1988. 2ª edição. Ed. Afrontamento, Porto: 248 pp. ISBN 978-972-36-1502-9
WEBER, M. (2018) O Anzol através dos tempos – um estudo etnográfico-histórico. Ed. Afrontamento, Porto: 465 pp. ISBN 978-972-36-1656-9.
WEBER, M. (2019) Novo Guia da Estação Litoral da Aguda / New Guide of the Littoral Station of Aguda / 阿古达沿海海洋研究站新指南. Edições Águas de Gaia, EM. SA., Vila Nova de Gaia: 236 pp. ISBN 978-989-20-9621-6
WEBER, M. e SANTOS, A. (2020) Rastos e Pegadas na Praia. Ed. Afrontamento, Porto: 228 pp. (em impressão).

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Luísa M.P. Valente

Práticas de produção sustentáveis em aquacultura

O sector aquícola enfrenta novos desafios para ser competitivo, rentável e sustentável. O grupo de investigação integrado no LANUCE - Laboratório de nutrição, crescimento e qualidade (http://lanuce.ciimar.up.pt/) do CIIMAR – Centro de Investigação Marinha e Ambiental procura gerar conhecimento e inovação tecnológica de excelência, capaz de promover a Bioeconomia Europeia.


A investigação foca-se na otimização de praticas sustentáveis para a aquacultura visando uma produção inteligente e de precisão, de forma a garantir a qualidade, segurança e bem-estar dos animais aquáticos respondendo às exigências do mercado. Uma das prioridades é a valorização de subprodutos da indústria alimentar, bem como a inclusão de novas fontes de nutrientes em alimentos compostos para peixes. A transferência de conhecimento para utilizadores finais e para a indústria é um dos principais desafios.

PROJETO SEAFOODTOMORROW – Ação de inovação Horizonte2020 que visa fortalecer a indústria europeia de produção e processamento de produtos da pesca, fornecendo soluções validadas, comercialmente viáveis e eco-inovadoras para melhorar a qualidade e segurança do pescado, minimizando os impactos ambientais e impulsionando o desenvolvimento socio-económico na indústria do pescado.

CAVIAR - Valorização do mercado de gónadas de ouriços do mar através da modulação alimentar. Este projeto impulsionará a valorização sustentável do ouriço do mar com a melhoria da qualidade e da comercialização das gónadas.

VALORMAR - Valorização integral dos recursos marinhos: potencial, inovação tecnológica e novas aplicações. Os objetivos do projeto VALORMAR serão alcançados devido à diversidade de agentes representativos de toda a cadeia de valor dos recursos marinhos integrados no projeto. Este projeto mobilizador é liderado por uma instituição de referência (SONAE, S.A.) com coordenação científica do CIIMAR, integrando 31 entidades das quais 18 são empresas. O VALORMAR tem como objetivo geral a valorização de recursos marinhos, através da investigação, desenvolvimento e demonstração de novos produtos e da melhoria de processos produtivos, propondo soluções inovadoras para a criação de novos produtos alimentares saudáveis, recorrendo a inovadoras tecnologias sustentáveis e eficientes. Para tal objetivo recorrer-se-á à integração das cadeias de valor, numa lógica de economia circular, articulando: aquacultura, indústria alimentar, biomédica, farmacêutica e cosmética.

MOBFOOD - Mobilização de conhecimento científico e tecnológico em resposta aos desafios do mercado agro-alimentar O projeto MOBFOOD tem como objetivo responder aos desafios relacionados com a promoção de uma indústria alimentar nacional mais competitiva. Passará pela promoção de novas estratégias de crescimento baseadas no reforço da capacidade tecnológica, de inovação e de I&D orientadas à obtenção de novos produtos, serviços, processos ou tecnologias, atuando ao longo de toda a cadeia de valor e reforçando a colaboração entre o setor empresarial e não empresarial. Pretende-se que o setor alimentar seja sustentável, totalmente integrado, interligado, transparente, resiliente, seguro, eficiente na utilização dos recursos e centrado no consumidor. Pretende-se alcançar estes objetivos através de implementação de soluções em três pilares principais: “Segurança Alimentar e Sustentabilidade”, “Alimentação para a Saúde e Bem-estar” e “Alimentos Seguros e Qualidade”, materializando-se na investigação e desenvolvimento de novos processos, produtos ou serviços